terça-feira, 20 de maio de 2014

Quem nunca teve o coração partido?

A postagem de hoje foi escrita por Edineudo Sousa Ferreira, um antigo leitor do blog que agora está escrevendo excelentes artigos!

Desfrutem!

Quem nunca teve o coração partido? Quem nunca teve em algum nível a trágica experiência de vivenciar a destruição de sua felicidade, de ver o mundo desabando sob seus pés, ou de sentir arrancado de você toda a sua paz de espírito mediante um rompimento de uma relação amorosa?

As pessoas podem vir a viver, sob essa condição de luto, uma sensação de tristeza e agonia onde passam a achar que nada mais importa, que nada parece ser como era antes. Atividades que antes eram agradáveis parecem não ter mais o mesmo sabor, hábitos cotidianos parecem não fazer mais tanto sentido, e passam a sentir que não encontrarão outro alguém, passam a se sentir desprezíveis e amargurados, estas chegam a até mesmo a repudiar o que se chama de amor, evitando com todas as forças a possibilidade de se envolver outra vez, e, quando se relacionam, muitas vezes  se percebem não se entregando de cabeça a relação, não se entregam  por inteiro com medo de voltar a sofrer, e correr o risco de voltar a vivenciar algo parecido.

Mas por que sentimos essa sensação de dor sem fim? E por que temos a perspectiva de que essa dor não irá nunca cessar? E por que algumas pessoas passam a desenvolver uma aversão à ideia de se envolver novamente, de se entregar em uma relação ou mesmo se permitir viver novos relacionamentos amorosos??


Bem, acontece que relacionamentos que nos aliciem essas fortes emoções com seu término, geralmente, entre todas as inúmeras variáveis que entram em operação, têm algumas que eu gostaria de salientar, e entre elas está o fato desses relacionamentos poderem se enquadrar em  um esquema de reforçamento contínuo  (esquema aonde todo resposta emitida é reforçada ) ou seja, não houve pausas, espaços e/ou afastamentos durante seu intercurso amoroso, que no caso, significaria que não houve momentos onde se emitiu  comportamentos como o comportamento de procurar o outro e de tê-lo próximo a si que não  tenha sido devidamente reforçado. Assim sendo, essas classes de comportamentos como o comportamento de buscar sua atenção e afeição,  é reforçado de forma contínua). E esse tipo de esquema possui entre suas  características, um efeito interessante quando ocorre a quebra da relação contingencial  (quando se inicia a extinção, onde o comportamento passa a não mais ser reforçado ) que seria a vivencia de intensas emoções ao se presenciar o fim da relação, se experiência emoções mais fortes do que se vivenciasse um relacionamento do estilo ''ioiô'' que vai e volta. As pessoas são tomadas por essas intensas emoções, que por sua vez, cria-se condições que estabelecem o aumento de tendências comportamentais especificas como o de comportamentos de  ''perceber estímulos que lembrem o dano desse rompimento" e o  "pensar nas consequências desse rompimento em nossa vida " tem sua frequência aumentada e são amplificados pelo o efeito estabelecedor condicionado por essas emoções. Passamos a ver apenas o fim, pois, no momento, essa situação tem controle quase que absoluto sobre nossos comportamentos, como o '' perceber ". Nessas condições, as emoções tem forte influencia sobre o que discriminaremos e pensaremos. Agimos sob o controle dessa  situação aversiva e, consequentemente, não vemos nada além desse sofrimento.

Outra característica comum após rompimentos traumáticos é a postura de evitar se envolver novamente, é o medo de amar. Relacionamentos passam a se tornar sinônimos de sofrimento, a pessoa desenvolve mecanismos de esquiva, se utilizando de algo conhecido como reforçamento de comportamento incompatível, que  poderia ser descrito como o aumento da frequência de qualquer comportamento que impedisse a emissão de outro comportamento que resultasse em punição, nesse caso seria o “comportamento de se envolver". Na prática, poderia ser aquela pessoa que evitaria relacionamentos amorosos, ou aquela menina que chegaria a se envolver, mas que trataria de terminar o namoro logo quando  percebesse que está “muito apegada”,  ou aquele cara galinha que tenta obter todas as mulheres na tentativa de não se apegar intensamente a nenhuma.

 Enfim, são varias formas de evitar se apaixonar, e estas em si mesmas não nos dizem muita coisa, por outro lado, se passarmos a observar as situações as quais ocorrem, e passássemos a nos atentar ao que a pessoa ganha, ou evita ao fazer aquilo, chegaríamos as verdadeiras raízes desses comportamentos!